O Movimento Um Milhão de Histórias de Vida de Jovens e o Instituto Religare

O movimento Um Milhão de Histórias de Jovens valoriza a expressão da juventude por meio da articulação de jovens e da divulgação de suas histórias de vida. Co-produtor do Movimento O Instituto Religare, desde 2002, promove o resgate de identidade cultural, desenvolve ações no campo das artes, atua como facilitadora da difusão e inclusão cultural, cria oportunidades e suaviza os dramas que pautam o cotidiano de jovens em situação de risco social. Gerando um aprimoramento intelectual, cultural e filosófico através de suas Oficinas. Pratica-se a educação dos sentidos, e coloca o jovem em contato com idéias que levam a pensar melhor sobre o mundo que o cerca. Um cidadão que tem acesso à produção artística do seu tempo consegue enfrentar com mais clareza a complexidade da sua vida e qualifica-se para aprender a reivindicar melhor a sua participação na sociedade.

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Minas

Fran de Lima

As férias de julho e dezembro, tinham destino certo, Minas Gerais,São Sebastião do Paraíso,São Tomás de Aquino.Sítio da Lagoa,dos meus avós paternos.Minha família e meus primos de outros estados,todos lá,sempre na mesma época. A arrumação das malas já era uma grande festa,a noite demorava passar. Mas no outro dia bem cedinho,pegávamos o ônibus rodoviária do Tiête,em direção a São Sebastião. Depois de cinco horas,chegávamos a rodoviária de Paraíso. Rodoviária linda,c/ uma linda e grande lagoa bem na frente,c/ patos. Tomávamos café e dávamos comida p/ os bichos. Depois pagávamos o ônibus p/ São Tomas,que fica perto de Paraíso. Essa é a cidade que meu pai nasceu. Chegando lá,visitávamos os parentes.Meu amado tio Zeca e minha querida prima Eliane. Depois de visitar todos,íamos de táxi até o Sítio da Lagoa.Quando chega no sítio o táxi,os cachorros,que eram muitos,cercavam o carro,numa farra só. Lá depois da porteira,que a gente brigava p/ ver quem ia abrir.Tinha a casa da Rosa e do Luís.Dois primos. Um pouco mais pra frente era a casa da minha avó. Depois de guardar tudo, era a hora mais gostoso. Hora de trocar de roupa de cidade,p/ roupa de guerra,guerra da liberdade. Comíamos e íamos p/ o mato. Eu me lembro bem de sentar no colo do meu avô,coisa que os outros ñ faziam,pois todo mundo achava que o vô Pedro era bravo. Mas eu sempre soube a manteiga que tinha ali. Quando meu avô voltava da roça,ele colocava a corda nas costas,e dizia,vamos balangá. Nós íamos p/ pasto, que era perto da casa,e ali, num enorme pé de manga,ele colocava a corda,e o balango estava feito. Ele balangava o primeiro,depois de cócoras,colocava um capim na boca,e na seqüência pitava seu cigarrinho de palha. Quando a brincadeira acabava e o dia chegava ao fim. Era hora de disputar c/ os gatos,que também eram muitos,um lugar no fogão a lenha da minha avó. Ficávamos ali,todos,c/ se aquilo fosse a coisa mais importante do mundo. Depois de tomar banho c/ um chuveiro de lata,bem rápido c/ sabão feito pela minha avó. Jantávamos,e a noite era a mais escura e bela de todo o mundo!!!


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